
Auckland City: O Clube Semiamador que Conquistou Milhões na Copa do Mundo de Clubes e Enfrenta Impasse na Divisão de Prêmios
O Auckland City, clube semiamador da Oceania, faturou R$ 26 milhões em premiação na Copa do Mundo de Clubes, mas a divisão do valor com outros clubes e confederações gera um impasse, levantando questões sobre o futuro do futebol na Nova Zelândia.
ESPORTES


O Auckland City, um clube semiamador da Oceania, encerrou sua participação na Copa do Mundo de Clubes com um feito notável: a conquista de 4,58 milhões de dólares (cerca de R$ 26,6 milhões) em premiação. Apesar de ter sido eliminado na fase de grupos e sofrido goleadas de times como Bayern de Munique e Benfica, o empate histórico em 1 a 1 com o Boca Juniors garantiu um bônus esportivo de 1 milhão de dólares, somando-se à cota de participação. No entanto, a quantia que de fato irá para os cofres do clube e para os bolsos dos jogadores é incerta, gerando um impasse significativo no cenário do futebol neozelandês.
O clube, que embarca de volta para a Nova Zelândia nesta quinta-feira, é composto por atletas que dividem a paixão pelo futebol com outras profissões, como estudantes, professores e vendedores. Muitos deles precisaram tirar férias ou faltar ao trabalho para participar do torneio, o que torna a bonificação ainda mais relevante. A expectativa inicial era que o prêmio pudesse representar vários meses de salários para esses profissionais, mas a realidade se mostra mais complexa devido a acordos e reivindicações de outras entidades.
O principal ponto de discórdia reside na divisão do valor com outros clubes da Nova Zelândia e com as confederações de futebol local e da Oceania. Embora a divisão com outros clubes seja uma prática comum e já previamente acordada para compensar a participação em torneios como o Intercontinental de Clubes, a reivindicação da New Zealand Football (confederação nacional) e da Confederação de Futebol da Oceania por uma parcela do valor arrecadado pelo Auckland é o que tem gerado o impasse. Dirigentes do Auckland City defendem a manutenção de uma quantia maior para o clube, visando seu crescimento e uma bonificação mais generosa aos atletas.
Sebastán Ciganda, goleiro do Auckland, chegou a declarar à imprensa que o valor de 1 milhão de dólares (1,66 milhão de dólar neozelandês) seria dividido entre a comissão técnica e o grupo, mas a situação ainda não está definida. A liga de futebol da Nova Zelândia é considerada semiamadora, com apenas dois clubes profissionais no país, o Auckland FC (homônimo do City) e o Wellington Phoenix, que disputam o Campeonato Australiano. O Auckland City, fundado em 2004, é a principal força da Oceania, com dez títulos do campeonato neozelandês e 13 edições da Liga dos Campeões da Ásia.
Apesar da eliminação na fase de grupos com apenas um ponto em três jogos, o desempenho do Auckland City na Copa do Mundo de Clubes, especialmente o empate com o Boca Juniors, é considerado histórico. A polêmica em torno da divisão dos prêmios, no entanto, levanta um debate importante sobre a sustentabilidade e o desenvolvimento do futebol em regiões onde o esporte ainda não atingiu o nível de profissionalismo de grandes ligas. A resolução desse impasse será crucial para definir como os recursos serão utilizados e qual será o impacto no futuro do futebol na Nova Zelândia.
