Com passistas de frevo, 'O Agente Secreto' é apresentado no Festival de Cannes
O filme brasileiro "O Agente Secreto", dirigido por Kleber Mendonça Filho, teve uma apresentação marcante no Festival de Cannes, com passistas de frevo representando a cultura pernambucana no tapete vermelho.
ENTRETENIMENTO


O Festival de Cannes testemunhou uma apresentação única e vibrante do cinema brasileiro quando o filme "O Agente Secreto", dirigido pelo pernambucano Kleber Mendonça Filho, foi apresentado com uma performance de passistas de frevo no tradicional tapete vermelho.
A delegação brasileira surpreendeu o público e fotógrafos ao trazer elementos da cultura pernambucana para um dos eventos cinematográficos mais prestigiados do mundo. Vestidos com trajes coloridos e empunhando os tradicionais sombrinhas de frevo, os dançarinos realizaram uma breve apresentação antes da exibição oficial do filme.
"Queríamos trazer um pouco da identidade cultural do Recife, cidade onde o filme foi rodado e de onde venho. O frevo é Patrimônio Imaterial da Humanidade e representa perfeitamente o espírito de resistência que permeia a narrativa do filme", explicou o diretor em entrevista após a cerimônia.
A iniciativa gerou grande repercussão na imprensa internacional, com veículos como Le Monde e The Guardian destacando a originalidade da apresentação. "Os brasileiros trouxeram cor e vida para o tapete vermelho com uma demonstração cultural que reflete a riqueza e diversidade do país", escreveu um crítico francês.
O filme, que compete pela Palma de Ouro, conta a história de um agente infiltrado durante a ditadura militar brasileira e tem sido elogiado pela crítica especializada após sua primeira exibição. A produção mistura elementos de thriller político com drama histórico, abordando temas como vigilância, resistência e memória.
A presença dos passistas de frevo também serviu como uma forma de protesto simbólico e celebração da resistência cultural brasileira. "Em tempos em que a cultura e as artes enfrentam desafios no Brasil, trazer o frevo para Cannes é também um ato político", comentou um dos produtores do filme.
O elenco do filme, que inclui nomes como Wagner Moura e Sônia Braga, participou da apresentação vestindo pequenos adereços que remetiam ao frevo, como broches em formato de sombrinha e lenços coloridos.
A estratégia de marketing cultural chamou a atenção para o cinema brasileiro em um momento em que produções nacionais buscam maior visibilidade no cenário internacional. A última vez que um filme brasileiro conquistou a Palma de Ouro foi em 1962, com "O Pagador de Promessas", de Anselmo Duarte.