Conmebol dá uma semana ao Cerro Porteño para responder à denúncia por racismo

A Confederação Sul-Americana de Futebol estabeleceu prazo de uma semana para que o clube paraguaio Cerro Porteño apresente sua defesa contra acusações de atos racistas cometidos por seus torcedores durante partida internacional.

ESPORTES

William Campos

5/18/20252 min read

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) estabeleceu um prazo de uma semana para que o Cerro Porteño, tradicional clube paraguaio, apresente sua defesa formal contra denúncias de atos racistas cometidos por seus torcedores durante partida válida pela Copa Libertadores.

O incidente ocorreu durante o confronto entre o clube paraguaio e o Fluminense, do Brasil, quando torcedores do Cerro foram flagrados fazendo gestos e emitindo sons que imitavam macacos, direcionados a jogadores negros da equipe brasileira. As cenas foram captadas pelas câmeras de transmissão e rapidamente viralizaram nas redes sociais.

"A Conmebol tem tolerância zero com qualquer forma de discriminação no futebol sul-americano. Estamos comprometidos em erradicar o racismo de nossos estádios e competições", afirmou o presidente da entidade em comunicado oficial.

O clube paraguaio pode enfrentar severas punições caso seja considerado culpado, incluindo multas que podem chegar a 100 mil dólares, jogos com portões fechados e até mesmo a exclusão da competição. O Código Disciplinar da Conmebol prevê sanções rigorosas para casos de discriminação racial.

A diretoria do Cerro Porteño emitiu uma nota preliminar condenando qualquer ato de racismo e prometendo colaborar com as investigações. "Repudiamos veementemente qualquer manifestação racista. Estamos identificando os possíveis envolvidos para que sejam devidamente punidos e banidos de nosso estádio", declarou o presidente do clube.

O caso se soma a outros episódios recentes de racismo no futebol sul-americano, problema que tem mobilizado entidades esportivas, clubes e jogadores em campanhas de conscientização. No mês passado, a Conmebol lançou a campanha "Unidos Contra o Racismo", com ações educativas e protocolos mais rígidos para lidar com incidentes discriminatórios.

Jogadores brasileiros que atuam em clubes do continente têm sido vítimas frequentes de ataques racistas, o que levou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a solicitar medidas mais enérgicas da Conmebol. "Não podemos normalizar o racismo. Cada episódio precisa ser tratado com o máximo rigor", defendeu o presidente da CBF.

A decisão final sobre o caso deve ser anunciada em até duas semanas após o recebimento da defesa do clube paraguaio.