Eleições 2026: Bolsonaro indica Michelle como sucessora e critica inelegibilidade

Em meio a exames de saúde e questionamentos sobre sua inelegibilidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou seu desejo de que sua esposa, Michelle Bolsonaro, seja sua sucessora na corrida presidencial de 2026, caso ele não possa concorrer. Ele também criticou veementemente as decisões que o tornaram inelegível, classificando-as como uma "negação à democracia".

DESTAQUEPOLÍTICA

William Campos

6/21/20252 min read

O cenário político brasileiro para as eleições de 2026 começa a se desenhar com declarações que agitam os bastidores. O ex-presidente Jair Bolsonaro, figura central da direita no país, manifestou publicamente seu apoio à esposa, Michelle Bolsonaro, como potencial candidata à presidência. A fala ocorreu após uma série de exames médicos em Brasília, motivados por um mal-estar sentido em Goiânia. A possibilidade de Michelle assumir o protagonismo na corrida eleitoral ganha força diante da incerteza sobre a participação de Bolsonaro no pleito.

Bolsonaro, que tem enfrentado uma série de reveses jurídicos, incluindo a inelegibilidade por oito anos imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não poupou críticas ao sistema. Ele argumenta que sua exclusão da disputa representa uma "negação à democracia", sugerindo que a decisão de quem pode ou não ser candidato não deveria estar nas mãos de "meia dúzia de burocratas". Essa retórica visa mobilizar sua base de apoio e questionar a legitimidade do processo eleitoral.

A inelegibilidade de Bolsonaro foi confirmada em duas ocasiões pelo TSE. A primeira, em junho de 2023, o condenou por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, após uma reunião com embaixadores em que atacou, sem provas, o sistema eleitoral. A segunda condenação veio por abuso de poder político e econômico durante as cerimônias do Bicentenário da Independência, em setembro de 2022, em plena campanha eleitoral. Essas decisões consolidam a situação jurídica do ex-presidente e abrem espaço para novos nomes na disputa.

Além da questão eleitoral, Bolsonaro também abordou as investigações sobre a Abin paralela, que supostamente teria espionado ilegalmente autoridades. Ele classificou as acusações como "mais uma narrativa" para afastá-lo definitivamente da política. A defesa do ex-presidente tem trabalhado para descredibilizar as investigações, alegando perseguição política e tentativas de silenciá-lo.

A indicação de Michelle Bolsonaro como possível sucessora não é uma surpresa para muitos analistas políticos. A ex-primeira-dama tem ganhado visibilidade e se mostrado uma figura carismática entre os apoiadores do ex-presidente. Sua entrada na política formal, no entanto, dependerá de diversos fatores, incluindo a consolidação de seu nome e a capacidade de unificar as diferentes alas da direita brasileira. O cenário para 2026 promete ser dinâmico e repleto de reviravoltas, com a política brasileira em constante ebulição.