Esquerda Pressiona Congresso por Taxação de Super-Ricos em Ato na Paulista

Movimentos sociais e partidos de esquerda realizam ato na Avenida Paulista para pressionar o Congresso Nacional pela taxação dos super-ricos, isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil e o fim da escala 6x1, marcando uma guinada nas pautas da esquerda brasileira.

DESTAQUEPOLÍTICA

William Campos

7/10/20252 min read

Movimentos sociais e partidos de esquerda se uniram em um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta quinta-feira, 10 de julho de 2025, para pressionar o Congresso Nacional por pautas econômicas e sociais. O foco principal do protesto é a taxação dos super-ricos, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala 6x1 de trabalho. Este movimento representa uma mudança estratégica nas prioridades da esquerda, que agora busca alavancar suas próprias narrativas e propostas no cenário político brasileiro.

O ato, organizado pela Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, que englobam diversos movimentos sociais e partidos como PSOL e PT, acontece em um momento de efervescência política. Enquanto manifestações anteriores focavam na prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e na oposição à anistia, o tema da taxação dos super-ricos ganhou força após a derrota do governo Lula no Congresso em relação ao decreto do IOF. A esquerda enxerga uma "janela de oportunidade" para intensificar as críticas ao Congresso, que é taxado como inimigo do povo e defensor dos interesses das elites.

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) destacou que há um clamor nas redes sociais para que as pautas da esquerda sejam levadas às ruas. Segundo ela, a esquerda conseguiu pautar o debate e deixou de correr atrás das narrativas da extrema direita, focando agora em suas próprias propostas. A campanha "BBB" – Bilionários, Bancos e Bets – pela taxação desses setores, já soma 4,5 milhões de posts no X, Instagram e Facebook, com frases como "Congresso inimigo do povo" e "ricos paguem a conta" sendo amplamente utilizadas.

No entanto, as pautas enfrentam resistência no Legislativo. Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada na semana passada revelou que 70% dos deputados são contra o fim da escala 6x1. Apesar disso, Erika Hilton ressalta que a pesquisa é anônima e poucos parlamentares se posicionaram publicamente a favor da escala 6x1, cientes do peso que essa pauta tem entre o eleitorado. A ofensiva contra o Congresso, impulsionada por vídeos e conteúdos produzidos com Inteligência Artificial, tem tido bom desempenho nas redes sociais, embora os números ainda estejam abaixo dos resultados obtidos pela direita em termos de visualizações.

O movimento busca mobilizar a sociedade para pressionar por mudanças estruturais na economia e na distribuição de renda. A taxação dos super-ricos é vista como uma medida essencial para financiar políticas públicas e reduzir a desigualdade social no país. A luta pela isenção do Imposto de Renda para salários mais baixos e o fim da escala 6x1 visam melhorar as condições de vida e trabalho da população, reforçando o compromisso da esquerda com a justiça social e a equidade. A continuidade e a intensidade desses atos serão cruciais para determinar o impacto dessas pautas no cenário político e econômico do Brasil.