O Retorno Triunfal do Vestido Bandage em 2025: Mais que Moda, um Reflexo Social

A peça icônica dos anos 90 e 2000 está de volta em 2025, mas com uma nova proposta que reflete as discussões atuais sobre o corpo e a autoafirmação. Entenda o que mudou e por que o bandage é a tendência do momento.

ENTRETENIMENTO

William Campos

6/21/20252 min read

O vestido bandage, peça que marcou as décadas de 90 e 2000 com sua silhueta justa e sensual, está de volta em 2025, e não é apenas uma repetição do passado. Em um cenário onde o corpo se tornou o centro das discussões na moda, na cultura e nas redes sociais, o retorno do bandage carrega um significado mais profundo, refletindo uma nova perspectiva sobre autoafirmação e poder.

Se antes o bandage era associado à ostentação e à busca por agradar o olhar alheio, em 2025 ele ressurge como um gesto de empoderamento. A proposta é diferente: não se veste para ser aprovado, mas para afirmar a autonomia sobre o próprio corpo. Essa mudança de discurso acompanha um contexto social onde a moda se torna um espelho das transformações, especialmente em uma era pós-Ozempic, onde a estética do corpo é constantemente debatida.

A história do bandage remonta aos anos 80, com o estilista Azzedine Alaïa, que criou peças que moldavam o corpo como uma segunda pele. No entanto, foi Hervé Léger quem popularizou o vestido com suas tiras elásticas, que abraçam a silhueta, dando origem ao nome "bandage" (atadura em inglês). Nos anos 90, supermodelos como Cindy Crawford e Naomi Campbell, e personagens icônicas como Fran Fine de "The Nanny", eternizaram a peça. Nos anos 2010, celebridades como Kim Kardashian e Paris Hilton o trouxeram de volta, sempre com foco na sensualidade.

O retorno atual do bandage é impulsionado por dados concretos. As buscas por "bandage" e "vestido bandage" no Google Trends Brasil cresceram mais de 80% nos últimos meses. No TikTok, a hashtag #bandagedress já acumula mais de 120 milhões de visualizações, com vídeos que exploram a tendência, o resgate dos anos 90 e a evolução da estética corporal. No Pinterest, o termo "second skin fashion" (moda segunda pele) é apontado como uma das previsões de tendência para 2025, confirmando que a silhueta marcada está em alta.

O novo bandage vai além do vestido. A estética se expande para outras peças do guarda-roupa, como calças extremamente justas, tops ajustados, bodys, corsets estruturados e saias lápis. Marcas renomadas como Courrèges e Alexander Wang já incorporaram essa ideia de roupa que molda o corpo, mas com um styling mais urbano e contemporâneo. A proposta é misturar a sensualidade com um toque de modernidade, mostrando que o bandage pode ser versátil e adaptável a diferentes estilos.

Curiosamente, o nome "bandage" vem da inspiração nas faixas de compressão e ataduras, moldando o corpo como uma segunda pele. Hervé Léger, o designer que popularizou o vestido, perdeu os direitos de sua marca em 1999, mas os recuperou em 2023, voltando a se conectar oficialmente com sua criação. Até mesmo a Princesa Diana, conhecida por seu estilo elegante, usou vestidos ajustados como forma de expressar sua liberdade e uma nova fase pessoal, especialmente após o divórcio, mostrando que o bandage sempre foi mais do que apenas uma peça de roupa.