Selic a 15%: Renda Fixa se consolida como "favorita" nos investimentos brasileiros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 15% ao ano, uma decisão que diverge da maioria das expectativas do mercado. Com esse novo patamar, a Renda Fixa se mantém como a principal escolha para investidores brasileiros, oferecendo segurança e bons retornos em um cenário de incertezas econômicas.

DESTAQUEECONOMIA

William Campos

6/21/20252 min read

A recente decisão do Copom de elevar a taxa Selic para 15% ao ano, um aumento de 0,25 ponto percentual, reforça a posição da Renda Fixa como o investimento mais atrativo no Brasil. Apesar de a decisão ter surpreendido parte do mercado financeiro, que esperava um movimento diferente, os especialistas são unânimes em afirmar que, com juros nesse nível, a segurança e a rentabilidade dos títulos de renda fixa se tornam imbatíveis.

Caio Camargo, estrategista de investimentos do Santander, destaca a importância da renda fixa em qualquer carteira de investimentos, independentemente do perfil do investidor. "Recomendamos a renda fixa em todas as carteiras e em todos os perfis. Estamos num momento mais otimista em relação à renda variável internacional, mas ainda com bastante cautela. Temos um cenário ainda incerto, tanto no curto quanto no médio prazo, tanto no Brasil quanto no mundo", explica Camargo, ressaltando a necessidade de prudência em um ambiente econômico volátil.

Gustavo Okuyama, especialista em renda fixa da Porto Asset, corrobora essa visão, enfatizando as vantagens desse mercado em períodos de desaceleração econômica. Ele argumenta que, em conjunturas como a atual, a renda fixa se apresenta como uma alternativa mais segura e previsível, protegendo o capital do investidor de flutuações mais bruscas que podem ocorrer em outros segmentos do mercado.

No que diz respeito à renda variável, como a Bolsa de Valores, a cautela é a palavra de ordem. Embora Gustavo Harada, executivo da Blackbird Investimentos, veja potencial de valorização na Bolsa brasileira, ele adverte que não é o momento de alocar todo o capital em ações. Harada sugere um aumento gradual da exposição à renda variável, aproveitando as oportunidades que surgem, mas sem abrir mão da diversificação e da segurança que a renda fixa proporciona.

Para aqueles que consideram investir no exterior, Camargo, do Santander, aponta a diversificação como o principal benefício. Ele sugere que, além de investir diretamente em mercados estrangeiros, o investidor pode optar por empresas brasileiras com receita dolarizada, que se beneficiam da variação cambial. A depreciação do dólar, que passou de R$ 6,30 para R$ 5,50, também cria uma janela de oportunidade para enviar recursos para fora e explorar setores como o de tecnologia, citando a Nvidia como exemplo de empresa com bom desempenho recente. Em suma, a política monetária atual favorece a renda fixa, mas a diversificação continua sendo a chave para uma carteira de investimentos robusta e resiliente.